terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Os 10 prédios antigos mais cobiçados de SP .

 

Alguns edifícios da década de 50 atraem não só pela localização central, mas pelos traços arquitetônicos típicos do período: espaços amplos, pé-direito alto e janelas grandes.

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Lançando o conceito de condomínio na São Paulo dos anos 50, o Bretagne foi pensado com o intuito de unir a praticidade de morar num apartamento com a comodidade e o espaço de uma casa. Assim, o empresário paulista João Artacho Jurado projetou o prédio estampando o glamour hollywoodiano da época. Eleito pela revista londrina Wallpaper um dos melhores edifícios do mundo para viver, não é de se espantar a disputa por um dos 173 apartamentos com 3 m de pé-direito e tamanhos a partir de 114m². “Tenho um cliente na lista de espera há cinco anos”, confessa Rubens Gama Filho, especialista em compra e venda de imóveis de alto padrão em Higienópolis.
Edifício Bretagne (1959) – avenida Higienópolis, 938.

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Projetado pelo arquiteto paranaense João Batista Vilanova Artigas e por Carlos Cascaldi, engenheiro e arquiteto paulista, o edifício da praça Vilaboim se firmou como marco da arquitetura numa época em que os palacetes ainda predominavam em Higienópolis. Erguido entre 1946 e 1949, foi pioneiro pela construção racionalista, em que o objeto arquitetônico dialoga com o entorno urbano, tendo como inspiração os conceitos de Le Corbusier: um espaço semipúblico que se tornou local de convício para os moradores. Tombado em 1992 pelo Conselho do Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico de São Paulo (Condephaat), o Louveira dispõe de 30 apartamentos com 144m² e três dormitórios cada um.
Edifício Louveira (1946) – praça Vilaboim, 144.

 

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O arquiteto imigrante alemão Adolf Franz Heep é autor de inúmeros empreendimentos residenciais da época. Com formação racionalista da Bauhaus, introduziu na arquitetura paulista os brises nas fachadas, uma atração à parte no residencial Lausanne. Difícil é encontrar apartamento à venda ali.
Edifício Lausanne (1958) – avenida Higienópolis, 101 e 11

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Outra obra de João Artacho Jurado enche os olhos dos apaixonados por prédios antigos. No centro de São Paulo, o Louvre, tombado desde 1992 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio (Conpresp), chama a atenção pelas pastilhas rosa e azuis que vestem as paredes e pelo travertino que cobre o piso, colunas e escadas. Conseguir alugar ou comprar uma das 322 unidades de até três dormitórios é tarefa que exige paciência. Segundo a Louvre Imóveis, no momento existe apenas um apartamento à venda, de um dormitório, com 110 m². Custa R$ 450 mil, sem reforma.
Edifício Louvre (1958) – avenida São Luís, 192.

 

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Obra arquitetônica paulistana que dispensa predicados, o Copan nasceu com vocação para ser uma morada democrática. Projetado em 1952 e inaugurado em 1966, atiça até hoje o desejo dos aficionados da arquitetura de Oscar Niemeyer, autor do projeto desenvolvido pelo também arquiteto paulista Carlos Lemos. A enorme onda que desponta no finalzinho da rua da Consolação abriga 1160 unidades divididas em seus blocos. Ali estão quitinetes e apartamentos de um, dois e três dormitórios. De acordo com Sérgio Ambrósio, da administração do edifício, estão disponíveis duas unidades para venda e duas para aluguel. Em média, os apartamentos de um dormitório custam R$ 240 mil e os de três R$ 600 mil.
Copan (1966) – avenida Ipiranga, 200.

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Também de autoria do arquiteto Abelardo de Souza, o prédio rosa e azul na esquina da avenida Paulista com a rua Haddock Lobo encanta pela geometria pura e pelas varandas alternadas de algumas unidades. O projeto habitacional para famílias de classe média da época foi construído com apartamentos de um, dois e três quartos, de 127 a 260 m². “Esse era um comportamento típico dos anos 40 e 50. Era para que as pessoas pudessem mudar de apartamento sem mudar de prédio”, explica Humberto Ellwanger, corretor da Valentina Caran Imóveis e morador dos Três Marias. Apesar de viver no edifício, ele está na lista de espera há três anos para comprar um dos apartamentos de dois dormitórios – cujo m² sai por R$ 3 mil, em média, sem reforma.
Edifício Três Marias (1952) – avenida Paulista, 2239.

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Formado por duas torres, uma de frente para a avenida Paulista e a outra para a rua São Carlos do Pinhal, está este belo projeto arquitetônico assinado pelo arquiteto francês Jacques Pilon e por Gian Carlo Gasperini, arquiteto italiano radicado no Brasil. Os apartamentos, também de um, dois, três quartos (de 70 a 193 m²), têm enormes janelas nas salas e dormitórios. “Adorávamos morar no Pauliceia por causa da localização”, conta a jornalista Danielle Borges, que, com o marido Fernando Brito, também viveu no Louvre. Com uma enorme área no térreo com jardins entre os famosos pilotis, o Pauliceia se torna o sonho de bem morar. “Somente um apartamento de 90 m² está à venda, por R$ 330 mil”, informa Sidnei Cavallari, da administradora OMA Condomínios.
Edifício Pauliceia (1959) – avenida Paulista, 960.

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Para a tristeza de muitos paulistanos que já tocaram o interfone pedindo informação sobre um possível apartamento disponível para compra, a resposta é que a lista de interessados chega às dezenas. O predinho charmoso, de frente para o Parque do Ibirapuera, reforçou sua fama graças a um de seus moradores, o estilista Clodovil Hernandes. A construção familiar de estilo neoclássico, toda tomada por trepadeiras, tem apenas cinco andares, originalmente com dez apartamentos de 120 m² e dois dormitórios.
Edifício São Carlos (1955) – avenida República do Líbano.

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Outro exemplo de construção familiar são os predinhos de três andares. Construídos ao longo dos anos 50 no coração de Pinheiros, seus apartamentos de 115 a 122 m² bem ventilados e com abertura para um agradável espaço interno são um sonho de consumo. A autoria é do engenheiro Felix Dabus, filho do imigrante libanês Raduan Dabus, um exportador de café que adquiriu a gleba que pertencia à Sociedade Hípica Paulista, como consta na monografia defendida pela arquitetura e urbanista Cássia Nobre na Faculdade de Belas Artes de São Paulo.
Conjunto Residencial da Hípica – ruas Teodoro Sampaio, Mourato Coelho, Artur Azevedo e avenida Pedroso de Morais

Por Letícia de Almeida Alves
Fotos: Victor Affaro

FONTE: SITE DA  EDITORA ABRIL.

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